Entre meados de 2012 e 2018, o Ministério do Trabalho foi comunicado a respeito de algo ao redor de 4 milhões de acidentes laborais em todo o Brasil. Entre as consequências de tais incidentes e segurança, as mais comuns são cortes e lacerações (pouco mais de 21%), seguidos pelas fraturas (17,5%).
Além das despesas que tais acidentes trazem ao Sistema Único de Saúde (SUS), eles também prejudicam fortemente o caixa da Previdência Federal.
De acordo com o órgão, neste mesmo período houve gastos da ordem de R$ 27 bilhões com benefícios pagos a trabalhadores acidentados.
Outra características destes incidentes é que praticamente todos eles são evitáveis. Cabe tanto aos empregadores quanto aos funcionários tomarem atitudes que melhoram a segurança do ambiente laboral – principalmente no caso da indústria, que tem como característica a realização de diversas tarefas de risco.
Confira, a seguir, alguns dos itens que tendem a melhorar a segurança destes locais;
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Brigada de incêndio
Muitas vezes, indústrias trabalham tanto com químicos inflamáveis quanto com equipamentos que geram calor.
Por mais que todas as precauções necessárias à segurança dos trabalhadores sejam tomadas, sempre há o risco do surgimento de um foco de incêndio.
Quando isso acontece, cada segundo é fundamental: todas as pessoas que estão nas instalações devem sair dela o quanto antes, mas com calma e de maneira organizada. Do contrário, pode haver uma tragédia.
Isso, por sua vez, é garantido por um time de voluntários que se dispõe a orientar os demais em caso de fogo: a brigada de incendio. Ela deve ser composta por pessoas que:
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Frequentem o local em questão;
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Tenham mais de 18 anos;
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Estejam em bom estado de saúde;
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Façam cursos preparatórios;
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Estejam dispostas a serem as últimas a sair do prédio.
Durante a qualificação pela qual a brigada passa, seus membros adquirem conhecimentos a respeito de primeiros socorros e do projeto de combate a incêndio usado pela empresa em questão. Isso permite que eles guiem todos os presentes a um local seguro caso haja um acidente.
Ainda assim, vale ressaltar que o objetivo de se contar com uma brigada não deve ser abrir mão dos demais itens de segurança, muito menos substituir a presença dos Bombeiros, pois trata-se de algo apenas paliativo, com o objetivo de assegurar a integridade de todos os presentes. O
combate contra chamas deve ser responsabilidade de profissionais devidamente treinados para tal.
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Auto de vistoria do Corpo de Bombeiros
Independentemente do segmento, ao se abrir um estabelecimento comercial é preciso adquirir uma série de alvarás e autorizações junto ao poder público.
Uma delas é o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, mais conhecido como AVCB. Trata-se de um documento emitido após a visita de um bombeiro, que verificará se as exigências do órgão em termos de equipamentos de prevenção e combate às chamas estão sendo cumpridos. Isso envolve:
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Validade e instalação de extintores;
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Sinalização para as saídas de emergência;
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Presença de pintura epóxi, quando necessário;
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Elaboração de um plano de evacuação.
Da mesma forma, quem pretende obter um AVCB deve enviar uma série de documentos relativos ao imóvel ao Corpo de Bombeiros. Eles farão uma análise completa e, se tudo estiver nos conformes, emitirão a autorização.
Porém, é preciso levar em conta que ela não é vitalícia, mas precisa ser renovada de tempos em tempos. Para mais informações, consulte os Bombeiros de sua localidade.
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Sistema supervisório
Analistas da área industrial apontam a automação como um caminho sem volta. Isso significa que recursos como robôs, inteligência artificial, machine learning e big data deve devem ser usados de uma forma cada vez mais extensiva no contexto fabril.
Uma das vantagens disso é que, além de maximizar a produtividade, há um aumento considerável da segurança, tudo graças ao sistema supervisório.
Trata-se de uma espécie de computador acoplado aos equipamentos de automação, dos quais são capazes de monitorar indicadores tais como:
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Temperatura;
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Pressão;
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Vazão de um líquido;
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Intensidade da corrente elétrica (se houver).
Na prática, isso significa que há um equipamento monitorando constantemente os indicadores da linha de produção.
Assim, caso eles atinjam níveis perigosos, os gestores da indústria serão alertados, podendo tomar medidas para evitar acidentes (principalmente no caso da pressão e da temperatura).
Entre outras palavras, se não fosse pelo sistema supervisório scada, todas as aferições teriam que ser feitas de modo manual, o que aumentaria as chances de erros e acidentes.