A digitalização abre uma oportunidade sem paralelo no mundo da comercialização de energia para melhorar os produtos de energia oferecidos convencionalmente, e criar novas soluções e modelos de negócios fortemente vinculados à tecnologia digital.
Estamos em um momento do setor em que já não basta contar com os produtos e serviços típicos de ontem (tarifas fixas, serviços de manutenção, etc).
Os clientes, especialmente os Business-to-Business (B2B, também conhecidos como não residenciais), esperam encontrar um fornecedor de energia que ofereça um serviço completo.
Que não apenas atenda às necessidades que você pode ter hoje, mas também os que podem surgir amanhã (regulamentos de eficiência energética, auditorias, imagem corporativa, transição energética, entre outros).
Assim, começa uma nova era marcada pelo acesso, utilização e possibilidade de análise da grande quantidade de dados disponibilizados pelos contadores inteligentes, disponíveis na grande maioria dos clientes B2B.
Bem como pela digitalização dos canais de comunicação com os clientes.
À semelhança do setor bancário ou telecomunicações, os clientes de energia B2B esperam ser contactados pelos seus comercializadores através de diversos canais online proporcionados pelas novas tecnologias.
Isso facilita experiências, que permitem uma utilização simples de toda esta informação e a prestação de um serviço mais eficiente e personalizado.
Neste contexto, é necessário dar atenção especial aos clientes B2B do tipo PME, que, ao contrário dos grandes consumidores industriais, não dispõem de gestores de energia especializados.
A seguir estão os 5 serviços principais que as comercializadoras do futuro devem adicionar ao seu catálogo de soluções.
1. Soluções de autoconsumo
As comercializadoras estão em uma posição privilegiada para estudar o perfil de consumo do cliente final, as características de seu edifício ou instalação.
Além da estimativa do potencial de economia e retorno do investimento em sistemas fotovoltaicos de autoconsumo.
As empresas, graças ao conhecimento que têm do cliente final, representam o canal de vendas mais adequado para este tipo de solução.
Estas oferecem projetos chave na mão, onde praticamente “com um clique” o cliente pode validar e aceitar para começar a se beneficiar da tecnologia fotovoltaica.
O suporte em soluções digitais, será fundamental na escalabilidade das vendas e na coleta de dados para garantir o melhor serviço pós-venda.
Sistemas de armazenamento de energia: como complemento perfeito ao autoconsumo, esses sistemas podem representar uma grande oportunidade no mercado de serviços energéticos.
O retorno do investimento nessa tecnologia depende fortemente do marco regulatório de cada país, mas vemos que sua tendência é positiva e promissora nos próximos anos.
2. Mobilidade elétrica
Como fornecedores de energia elétrica, os clientes esperam de suas comercializadoras ofertas de sistemas de recarga, tarifas especiais de recarga e/ou financiamento de veículos (pequenos e grandes).
Isso lhes permite economizar energia em suas viagens diárias, reduzindo seu impacto ambiental – especialmente em áreas urbanas. A mobilidade elétrica, além disso, é apresentada como um elemento-chave da matriz energética do futuro.
3. Eficiência energética
As comercializadoras devem aproveitar a sua posição de referência em tudo o que diz respeito às necessidades energéticas dos seus clientes e aproveitar a oportunidade de mercado que apresenta a maior preocupação e consciência ambiental dos consumidores.
Embora os termos “comercializar energia” e “eficiência energética” possam parecer contraditórios, a venda de serviços de eficiência energética por parte das comercializadoras é uma realidade há anos.
Outro ponto a atacar é a venda de soluções tecnológicas de economia para maior consumo, como ar-condicionado (com sistemas de controle e renovação de equipamentos de bomba de calor) ou iluminação (com tecnologia LED e sistemas regulatórios associados).
Para isso, as ferramentas digitais que permitem a detecção e análise desse consumo terão um papel central no processo de se tornarem os gestores de energia dos seus clientes.
4. Otimização da contratação
Um exemplo claro disso é o aconselhamento pró-ativo contínuo sobre as tarifas que melhor se adequam ao perfil de consumo dos clientes. Isso levará a clientes mais satisfeitos, bem como a uma taxa de retenção mais alta.
Outro exemplo é o de potência contratada, que deve ser revisada anualmente para fazer frente às mudanças no consumo e uso das instalações do cliente e que pode facilmente levar a uma poupança considerável e facilmente alcançável.
Por último, mas não menos importante, é o caso de clientes que são penalizados por energia reativa.
A companhia comercializadora deve realizar um estudo da origem e quantidade de energia reativa e fornecer soluções na forma de dispositivos adequados.
5. Soluções IoT para análise de consumo
Vivemos em um mundo em que o acesso à informação é cada vez mais importante, muito por causa da facilidade em que hoje temos em aceder à internet fixa e móvel.
A possibilidade de oferecer aos clientes ferramentas que lhes permitam conhecer detalhadamente o seu consumo de energia é um elemento chave e central do portfólio de serviços que as empresas de comercialização de energia podem oferecer.
O monitoramento das principais variáveis de consumo de energia é obrigatório se você deseja controlar o sobrecusto de energia.
Para isso, a instalação de sistemas de coleta de dados baseados em IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas) é fundamental, bem como a utilização da infraestrutura de contadores inteligentes das distribuidoras.
Além da IoT, o que veremos no futuro? Gestão ativa da demanda, que consiste em facilitar aos clientes o aproveitamento das soluções de automação digital, que lhes permitem gerenciar ativamente o consumo, armazenamento e geração de energia.
Por meio dessa automação residencial em larga escala, o cliente poderá economizar custos (deslocando o consumo para horários fora de pico ou maximizando o autoconsumo nas horas de maior produção solar).
Esses são apenas alguns exemplos das oportunidades que as comercializadoras podem encontrar na transformação digital.
Todos eles, por sua vez, estão levando a um aumento da confiança devido à maior satisfação do cliente, bem como a um aumento no faturamento de serviços.